Por dentro da nova sede da Unilever, que tem sorvete de graça e playground.

São Paulo – A Unilever no Brasil mudou de endereço. Desde 16 de julho, 1.500 funcionários da multinacional agora estão instalados em nove andares do edifício WTorre, no Morumbi (SP).

“O ambiente antigo não atendia mais às nossas necessidades em termos de flexibilidade e estímulo à criatividade”, afirma a vice-presidente de Recursos Humanos da companhia, Luciana Paganato. A principal novidade da sede é que lá ninguém tem uma mesa de trabalho fixa. Mas também há novidades em outros campos: uma delas é o espaço dedicado aos filhos funcionários, que ganharam um playground suspenso com vista para a cidade.

Outro foco da empresa que ganhou mais atenção com a mudança é a sustentabilidade. O escritório foi desenhado desde o início para obter o nível Gold da certificação de sustentabilidade LEED.

Dona de marcas como Omo, Dove, Maizena e Kibon, a companhia está há 90 anos no Brasil e tem, além do escritório sede, nove fábricas espalhadas pelo país.

Para mudar de lugar sem gerar muitos transtornos aos funcionários, a empresa definiu que a nova sede precisaria estar num raio máximo de 5 km da sede antiga.

Depois de escolhido o prédio, os funcionários puderam participar da definição do layout, dando sugestões e levando suas demandas a representantes escolhidos pela empresa. Também foram organizadas feiras para que todos pudessem conhecer o entorno do novo local e até ajudar a escolher o mobiliário instalado. Arrumar a nova casa levou oito meses.

A Unilever não tem vivido seus melhores dias no Brasil. As vendas da companhia caíram em 2017, como resultado da mudança de hábitos do consumidor com a crise econômica. Mas a mudança de prédio não está relacionada aos números do ano passado, que a empresa vê como “um ponto isolado”. De qualquer forma, a vice-presidente de RH avalia que os novos ares devem ajudar a equipe a trabalhar por melhores resultados. “Mudar reenergiza as pessoas”, diz.

Não há mesas fixas

Ponto de encontro do setor de vendas, no 10o andar do prédio

Na nova sede da Unilever, a única pessoa que tem uma sala e mesa fixas é o CEO. O restante dos 1.500 funcionários, dos vice-presidentes aos estagiários, usam laptops e podem trabalhar de qualquer lugar dentro da empresa.

Os setores da companhia, como vendas e recursos humanos possuem “pontos de encontro”. Ao chegar ao escritório, o funcionário pode buscar um lugar nas mesas disponíveis nesses ambientes, ou ainda decidir trabalhar em outro espaço. A foto mostra o ponto de encontro da equipe de vendas da Unilever.

Armários pessoais

Armários pessoais no novo escritório da Unilever em São Paulo

Como os funcionários perderam suas mesas, cada um possui um armário, onde guarda seu computador e objetos pessoais. E mais: se alguém está sentado em alguma mesa e vai precisar sair para uma reunião de mais de meia hora em outro local, deve tirar seus pertences para que outra pessoa possa usar o espaço.

Espaços criativos para trabalho e reunião

Espaço de reunião de projetos, com lousas móveis, também, pode servir de estação de trabalho

Com essa nova estrutura, o escritório tem mesas disponíveis para apenas 65% de sua força de trabalho. São 1.500 funcionários para 1.115 postos de trabalhos individuais. Porém, Paganato garante que isso não é um problema. Se por acaso não houver lugar para alguém trabalhar em uma mesa “tradicional”, a pessoa pode optar por algum dos vários ambientes alternativos do escritório, que também servem como espaços de reunião. Na foto é possível ver um desses espaços: as paredes são móveis e também servem como lousa para anotações.

Ambientes informais

Área para reuniões informais, no 6°andar do novo escritório da Unilever

Cada andar da nova sede possui 14 salas de reunião ou ambientes informais para conversas de equipe. Muitos desses espaços abusam das cores, com o objetivo de estimular a criatividade. “Esse modelo de trabalho garante mais possibilidades de trocas entre os funcionários, mais possibilidades de conhecer pessoas, e isso aumenta a produtividade e a criatividade”, afirma Luciana Paganato.

Salas com videoconferência

Sala de reunião com tela para videoconferência, no 10°andarAs salas de reunião mais tradicionais possuem um sistema digital de reserva de horário, que pode ser acessado por todos. O funcionário pode fazer a reserva tanto pelo seu computador quanto pelo display instalado na porta de cada sala. Cada espaço do tipo tem tecnologia para a realização de videoconferências.

Sala de reunião da cúpula

Sala de reunião da cúpula da empresa

A sala de reunião da cúpula da empresa conta com vista privilegiada da cidade e uma tela de 172 polegadas. Apesar de terem uma sala especial para se encontrarem, no dia-a-dia, os vice-presidentes da empresa trabalham em um “ponto de encontro” aberto, sem divisórias ou salas.

Assim como todos os outros funcionários, eles podem optar por trabalhar deste local ou de qualquer outro espaço da empresa. “Isso quebra a distância entre a cúpula e os demais funcionários”, afirma a VP de RH.

Com isso, a intenção é tornar a empresa mais ágil e facilitar a troca entre funcionários de diferentes gerações. “A ideia é não ter portas. O mundo está se transformando e as pessoas têm um olhar crítico para grandes corporações como a Unilever. Têm a ideia de ser uma estrutura lenta e pesada. A ideia aqui é ter um ambiente que nos permita ser grandes mais continuar inovando”, afirma.

Espaço coworking

Espaço de coworking, com mesas móveis e painéis de inspiração

No 3º andar do prédio fica um espaço diferente, onde os funcionários costumam receber visitantes. Inspirado em ambientes de coworking, o espaço tem mesas e sofás móveis, além de painéis decorativos.

Semelhantes aos painéis que decoram a entrada de todos os andares do escritório, esses quadros têm o objetivo de lembrar aos funcionários sobre quem são os seus clientes. “Eles mostram a diversidade do Brasil, e estão espalhados para que a gente nunca se esqueça que nosso foco primordial é falar com o consumidor”, afirma Paganato.

Assim como em outros espaços do escritório, parte do mobiliário deste ambiente é feita com madeira de reflorestamento. A executiva afirma que todo o desenho do novo escritório foi pensado levando em conta a sustentabilidade e uso de materiais alternativos. O resultado é que a empresa gasta hoje 30% menos do que na outra sede com manutenção.

Café e pausa no trabalho

Área de café e descontração no 10o andar do escritório; há espaços semelhantes em todos os andares

Todos os andares da nova sede possuem espaços de café e descontração em que os funcionários podem dar uma pausa no trabalho.

Refeições e sorvetes

Espaço de alimentação e, ao fundo, espaço para comprar sorvetes

O escritório possui ainda um espaço para alimentação. Ao fundo, os funcionários podem comprar potes de sorvete das marcas da casa. Mas, se quiserem somente um picolé de sobremesa, podem pegar gratuitamente. A empresa também distribui frutas diariamente neste espaço. Ao fundo do refeitório fica um local com geladeiras e micro-ondas para atender quem opta por levar comida de casa.

Berçário

O berçário para filhos de funcionários

A sede possui também um berçário para os filhos de funcionários (homens e mulheres), com capacidade para cuidar de 40 crianças de até 2 anos.

Playground suspenso

O playground externo, no 5° andar do edifício

Além de espaços internos, o berçário possui um playground ao ar livre, instalado no 5° andar do edifício.

 

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Um dos maiores prazeres que esta coluna me dá é usar a força e o enorme peso deste jornal para discutir pautas fora da caixa. Um das discussões de ponta hoje no mundo, não nas principais economias, mas no que eu chamo de principais sociedades, como as nórdicas, é o foco em bebês. A maioria das pessoas tem filhos no momento de sua vida profissional em que elas têm menos tempo para ser pai ou mãe. Mas são justamente os primeiros 18, 24 meses dos bebês que os estudiosos do assunto chamam de “momento Harvard”. A gente dá tudo na vida para colocar os filhos na USP, na FGV, no Insper, em Harvard, em Stanford. Mas é do zero aos 18 meses que o chip Harvard é colocado neles. Por isso é fundamental que casais modernos e futuros pais se informem sobre esse rico debate que se trava hoje no mundo avançado. Um debate que deve gerar políticas públicas modernas e práticas familiares modernas também. O cérebro humano se desenvolve muito rapidamente logo depois do nascimento, atingindo quase metade do seu tamanho adulto com apenas poucos meses de vida. É uma máquina de conhecimento que precisa ser cuidada e estimulada desde cedo. O bebê não pode ficar só ao cuidado de terceiros, da TV ou da Galinha Pintadinha. Cantar para o bebê é fundamental. Incentivá-lo em avanços cognitivos é imprescindível. Ser um pai e uma mãe modernos é dedicar atenção ao bebê justamente naquela hora em que se chega em casa completamente exausto. Conheço esses problemas e fui muitas vezes omisso terceirizando esse cuidado. Hoje está mais do que provado que é o casal, a família e eventualmente um profissional modernamente orientado que vão fazer com que o bebê se desenvolva intelectualmente naquele momento Harvard, naquele momento de fundação de prédio. Se você está grávido, futuro papai ou futura mamãe, “google” tudo sobre esse assunto. Consulte o site Raising Children Network, custeado pelo governo australiano. O governo de lá, como o de muitos países desenvolvidos, estimula como pode e com cada vez mais recursos a reprodução de seus cidadãos. A Suécia, o país mais avançado da União Europeia nesse assunto, foca a assistência e os benefícios tanto na mãe quanto no pai, garantindo que ambos possam exercer os mesmos direitos e cumprir as mesmas obrigações nesse período tão importante não só para o bebê mas para toda a família. Os resultados mostram que estão no caminho certo. Veja também uma excelente entrevista da ex-secretária de Estado americana e recém-vovó Hillary Clinton para a TV CNN sobre o assunto. Minha mãe, engenheira formada em 1957 e que me teve em 1958, cantava para me pôr a dormir. Na entrevista, Hillary conta como essa prática de ninar é importante para os bebês. E não é só a vida acadêmica que começa a ser moldada quando se é um bebê. Outro dia o “New York Times” divulgou uma série de novas pesquisas apontando que os hábitos alimentares estabelecidos quando nós ainda somos bebê têm enorme influência no que comeremos durante toda a vida. Nessa era em que cada vez mais somos o que nós comemos, é bom prestar muita atenção no que seu bebê está comendo ou no que você está dando para ele comer, pois ali está nascendo o padrão alimentar do seu filho para o resto da vida dele. E, claro, não crie seus bebês apenas para o futuro. É preciso criá-los para o presente também. Nós não temos que dar aos bebês brinquedos que os deixem entretidos e quietos, mas motivados, articulados e pensativos. E falar com eles quando pensamos que eles não estão escutando. Os bebês compreendem a linguagem muito antes de aprender a falar. Agora que eu me preparo para ser avô num futuro próximo, vou estudar para isso. Para poder ajudar meus filhos modernamente atarefados, dividindo com eles a tarefa de dar ao bebê seu primeiro diploma: um cérebro afiado para tudo mais.