Quem nunca presenciou ou foi vítima de uma birra infantil que atire a primeira massinha.
Em casa, na escola, no shopping ou no supermercado, não importa. As birras ensurdecedoras geram muito constrangimento e angustia aos pais.
Por que isso acontece?
No caso de crianças muito pequenas que ainda estão em fase de aquisição da oralidade, manifestar seus desejos ou descontentamentos através de birras é uma maneira de se fazer ouvida. Já em crianças maiores, a birra é uma maneira mais intensa de manifestar tédio, cansaço, fome, sono e tantos outros sentimentos e impulsos que a criança ainda não possui habilidade de controlar. Crianças muito mimadas, por exemplo, dificilmente entrarão em acordo com o adulto quando se sentirem frustradas, por não serem atendidas imediatamente.
E agora, o que fazer?
Não se desespere, afinal de contas em algum momento da sua infância você também já passou por isso. É muito comum pais que trabalham o dia todo e precisam confiar os cuidados dos seus filhos a escolas ou babás sentirem-se culpados por não estarem tão presentes ou bem dispostos para brincar quando retornam para casa. Esse sentimento de culpa geralmente é o passaporte para o início das birras. É valido dizer que, mais importante do que a quantidade, é a qualidade, ou seja, de nada adianta um quarto cheio de bonecas e carrinhos se o brinquedo predileto é você. “Brinque com o seu filho”. É importante ressaltar o perigo do uso excessivo de aparelhos eletrônicos pelos pequenos. Crianças que ficam muito expostas a esses recursos, sem a supervisão de um adulto, ficam entediadas e intolerantes com mais frequência, pois esperam que suas vontades sejam atendidas tão rápido quanto a velocidade do aparelho.
Seguem algumas dicas para esses tensos momentos de birra:
- Mantenha a calma;
- Ignore o choro até a criança se acalmar e aliviar a frustração. Interfira apenas caso haja risco de acidente. Com o tempo, ela perceberá que a birra não surte mais efeito como meio de chamar a atenção;
- Não atenda à birra, mas ao pedido;
- Coloque-se na altura da criança para conversar;
- Use comunicação clara e continua, o diálogo fortalece a relação;
- Converse sobre o porquê e como está se sentindo;
- Não ceda ou tente comprar a criança com coisas, isso fortalecerá as birras;
- Evite contradições. Se um adulto disser que não, o outro precisa apoiar. Isso evita que a criança fique dividida e confusa;
- Evite ameaças com punições que não serão cumpridas;
- Em hipótese alguma, use de violência física;
- Não tenha medo de dizer não para a criança. Ela ainda não é capaz de discernir o que é melhor naquele momento;
- Abrace-a com carinho reforçando que você a ama, mas que não gosta da birra, que não aprova esse comportamento;
- Seja compreensivo, a criança precisa da sua ajuda para aprender a lidar com esse universo tão grande e cheio de novos sentimentos e emoções.
Deixem o brinquedo e sejam o brinquedo um do outro. Divirtam-se! Diretora Pedagógica