Ensinar inglês para crianças: Um desafio que vale a pena!

Na área da linguística, da qual faço parte, uma das primeiras lições sobre aquisição
de linguagem é que, dos 3 meses aos 11 anos, uma criança é capaz de assimilar todas as
línguas às quais ela for exposta. Para ilustrar: se uma mãe espanhola e um pai alemão, que
moram na França, têm uma filha e decidem colocá-la em uma escola bilíngue francês-
inglês, há grandes chances de que a criança se comunique com desenvoltura em espanhol,
alemão, francês e inglês ‒ contanto que ela seja exposta de modo equilibrado e consistente
a todos os idiomas.
Aqui na Toddler, temos um programa bilíngue português-inglês, com aulas diárias.
Isto posto, há alguns pontos a se considerar quando o assunto é ensinar inglês como uma
segunda língua.
Em primeiro lugar, devemos encarar o desafio: não sendo a língua materna das
crianças, é claro que irá existir alguma confusão inicial. As palavras são estranhas, as
frases são ordenadas de uma maneira que elas não estão habituadas a ouvir, alguns sons
são inéditos e não se parecem com nada que elas ouvem em sua língua materna.
É neste ponto que entra o encanto da coisa: ensinar inglês como segunda língua
demanda estratégias e estímulos das mais diversas maneiras que não apenas a oral e
auditiva. Temos sempre que explorar o visual, o tátil, o olfativo, o emocional, o social, o
lógico e o cinestésico. O inglês para esta faixa etária não vem, evidentemente, na forma de
lousas cheias de conteúdo, gramáticas compiladas e revisadas através dos anos, palestras
e seminários; pelo contrário, é importante entender que, nesta faixa etária, é o lúdico que
predomina. A aquisição do idioma vai se consolidando conforme a criança se sente
confiante, incluída e ciente de todas as brincadeiras.
A literatura também tem papel fundamental: por meio de histórias que falam sobre
temas que estão dentro do universo da criança, com muitas repetições, rimas e estruturas
pensadas justamente para o fácil entendimento, os pequenos aprendem a se situar dentro
do novo idioma de uma forma divertida, tranquila e proveitosa.
Por fim, o que torna tudo mais divertido e mais sólido é encarar o ensino do segundo
idioma não como aulas de inglês ‒ e, sim, aulas em inglês. Ensinar inglês com eficiência,
técnica e sempre com muito, muito amor no coração sem dúvidas tornará as crianças
confiantes, seguras de si, cientes dos desafios dos anos vindouros e muito bem preparadas!
And, of course, a whole new generation of english speakers as well!

Teacher Gabriel – Unidade Chilon

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Um dos maiores prazeres que esta coluna me dá é usar a força e o enorme peso deste jornal para discutir pautas fora da caixa. Um das discussões de ponta hoje no mundo, não nas principais economias, mas no que eu chamo de principais sociedades, como as nórdicas, é o foco em bebês. A maioria das pessoas tem filhos no momento de sua vida profissional em que elas têm menos tempo para ser pai ou mãe. Mas são justamente os primeiros 18, 24 meses dos bebês que os estudiosos do assunto chamam de “momento Harvard”. A gente dá tudo na vida para colocar os filhos na USP, na FGV, no Insper, em Harvard, em Stanford. Mas é do zero aos 18 meses que o chip Harvard é colocado neles. Por isso é fundamental que casais modernos e futuros pais se informem sobre esse rico debate que se trava hoje no mundo avançado. Um debate que deve gerar políticas públicas modernas e práticas familiares modernas também. O cérebro humano se desenvolve muito rapidamente logo depois do nascimento, atingindo quase metade do seu tamanho adulto com apenas poucos meses de vida. É uma máquina de conhecimento que precisa ser cuidada e estimulada desde cedo. O bebê não pode ficar só ao cuidado de terceiros, da TV ou da Galinha Pintadinha. Cantar para o bebê é fundamental. Incentivá-lo em avanços cognitivos é imprescindível. Ser um pai e uma mãe modernos é dedicar atenção ao bebê justamente naquela hora em que se chega em casa completamente exausto. Conheço esses problemas e fui muitas vezes omisso terceirizando esse cuidado. Hoje está mais do que provado que é o casal, a família e eventualmente um profissional modernamente orientado que vão fazer com que o bebê se desenvolva intelectualmente naquele momento Harvard, naquele momento de fundação de prédio. Se você está grávido, futuro papai ou futura mamãe, “google” tudo sobre esse assunto. Consulte o site Raising Children Network, custeado pelo governo australiano. O governo de lá, como o de muitos países desenvolvidos, estimula como pode e com cada vez mais recursos a reprodução de seus cidadãos. A Suécia, o país mais avançado da União Europeia nesse assunto, foca a assistência e os benefícios tanto na mãe quanto no pai, garantindo que ambos possam exercer os mesmos direitos e cumprir as mesmas obrigações nesse período tão importante não só para o bebê mas para toda a família. Os resultados mostram que estão no caminho certo. Veja também uma excelente entrevista da ex-secretária de Estado americana e recém-vovó Hillary Clinton para a TV CNN sobre o assunto. Minha mãe, engenheira formada em 1957 e que me teve em 1958, cantava para me pôr a dormir. Na entrevista, Hillary conta como essa prática de ninar é importante para os bebês. E não é só a vida acadêmica que começa a ser moldada quando se é um bebê. Outro dia o “New York Times” divulgou uma série de novas pesquisas apontando que os hábitos alimentares estabelecidos quando nós ainda somos bebê têm enorme influência no que comeremos durante toda a vida. Nessa era em que cada vez mais somos o que nós comemos, é bom prestar muita atenção no que seu bebê está comendo ou no que você está dando para ele comer, pois ali está nascendo o padrão alimentar do seu filho para o resto da vida dele. E, claro, não crie seus bebês apenas para o futuro. É preciso criá-los para o presente também. Nós não temos que dar aos bebês brinquedos que os deixem entretidos e quietos, mas motivados, articulados e pensativos. E falar com eles quando pensamos que eles não estão escutando. Os bebês compreendem a linguagem muito antes de aprender a falar. Agora que eu me preparo para ser avô num futuro próximo, vou estudar para isso. Para poder ajudar meus filhos modernamente atarefados, dividindo com eles a tarefa de dar ao bebê seu primeiro diploma: um cérebro afiado para tudo mais.