O movimento é a primeira manifestação do ser humano, ainda na vida intrauterina, realizamos movimentos com o nosso corpo. Os movimentos vão se aprimorando e exercendo uma enorme influência no comportamento da criança.
O movimento é qualquer ação externa que pode ser observável, e o motor são os impulsos internos. As atividades motoras ocorrem constantemente, mas não podem ser observadas. Os movimentos são observáveis, quando o bebê descobre sua mão, ele precisa aprender como usá-la, deitado de barriga para cima ou sentado apoiado, colocamos um brinquedo pendurado a sua frente, neste momento inicia-se um processo muito interessante, no qual ele concentra os olhares sobre o brinquedo e tenta pegá-lo. Não consegue, mas não desiste. Novamente ele move suas mãozinhas, estende bem como se estivesse medindo a distância até o brinquedo. E tenta novamente. Desta vez ele consegue tocar o brinquedo e alegremente consegue vê balançar. Um sorriso se abre em seu rosto, agora ele fica ocupado desenvolvendo a coordenação entre seus olhos e mãos. Na maioria das vezes, eles ainda não sabem que a mão também faz parte do corpinho dele, sendo este outro momento muito interessante de ser observado.
Um corpo em movimento se relaciona, estabelecendo um canal de comunicação e revela o mundo afetivo-social, cognitivo e motor. É, a partir de uma organização sensório-motora, que as informações visuais, olfativas, táteis, gustativas e auditivas são apreendidas pela criança. Assim ela interage com o mundo e aprende sobre ele. É tocando cheirando e apalpando que a criança desenvolve seu físico e forma seus conceitos, desperta suas emoções, constrói o seu conhecimento e percebe o mundo à sua volta, construindo o seu próprio mundo.
Com o crescimento, a criança passa a realizar movimentos intencionais, como pegar um objeto. O esquema corporal é uma construção progressiva, as experiências motoras são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo, considerando que os primeiros contatos com o meio são realizados pelos movimentos. É, pelos movimentos, que as emoções vão se manifestando.
Quando uma criança brinca de pular amarelinha ou de montar o quebra-cabeça, ela não está preocupada com a coordenação necessária para realizar a atividade com êxito, simplesmente brinca, experimenta diferentes possibilidades até obter sucesso.
Brincadeiras coletivas, como esconde-esconde, que envolvem regras simples, ampliam a interação social, aumentam a capacidade linguística e agilidade motora, exigindo estratégia e capacidade cognitiva.
As experiências psicomotoras, sociais e intelectuais ordenam nossos pensamentos e atitudes. As experiências podem ser positivas ou negativas com relação ao próprio corpo e à sociedade. Dessa forma, a educação infantil deve oferecer experiências significativas e positivas para formação da própria identidade das crianças. As atividades motoras contribuem para o desenvolvimento global das crianças, mas é necessário levar em consideração que as crianças passam por fases diferentes, sendo necessário direcionar as brincadeiras de acordo com a faixa etária. É por meio do brincar diferenciado que a criança conseguirá aprender e se desenvolver. Como especialista na área da educação infantil, precisamos ter um novo olhar para essa nova geração que estamos ajudando a formar.